Encantador

Deus da ao ser um dom, eu confesso que aquele que canta me encanta com a transmissão de algo, que por mais que não seja o que este está sentindo naquele momento, é capaz de expor tais sentimentos aos que ouvem através de preces versadas e embaladas pela melodia pode enfim despertar o que adormece em um corpo às vezes disperso demais para esse sentir absoluto.
O cantar e encantar não são qualidades ou dom de todos que possuem essa habilidade musical, alguns cantam, mas não encantam outros não necessitam cantar e se demonstrar habilidoso com certo instrumento para encantar. Quem me proporcionou tal encanto é aquele que às vezes se cala diante de uma possível conversa, mas consegue se abrir nas canções que ecoam a multidão e consegue chegar a um lugar que outro mesmo sentado ao lado não conseguiria. Esses sim são merecidos de minha atenção e prestígio auditivo que me levam a querer tocar e sentir essa imensidão de sentimentos.
O que de fato me fez despertar essa vontade de escrever sobre os que cantam e encantam tem um nome e sobrenome, nome esse que foi de meu conhecimento depois de sua partida. E eu como pessoa que gosta de observar e escrever sobre coisas e pessoas desconhecidas a fim de colocar o meu ponto de vista sem nenhuma ou quase nenhuma referencia desta, me encantei com o tal cantor encantador.
Todos os amigos o chamavam de algo que como nós mineiros falamos em frases rápidas demais, era quase impossível para a minha pessoa repetir. O que facilitou um pouco a minha comunicação com essa pessoa foi a diversidade da língua portuguesa que nos proporciona algumas nomeações nada específicas e que por sua vez nos possibilita se referir ao outro como por exemplo, chamando ele de você, ou dizendo “mas aqui...”. Quando descobri o nome dele, fiquei pensando porque ele não se apresentava pelo primeiro nome, já que esse era tão mais fácil de ser pronunciado e apresentado aos outros, nem precisou terminar a pergunta para me lembrar de como nós gostamos de complicar o nosso ser, é como se fosse mais fácil chamar o seu filho de Rycharlysson dizendo que João é simples demais, apesar dessas escolhas serem às vezes tratadas como “chic” ou não .
Acontece que tudo que é indescritível, imprevisível, inconstantes e vários “ins” me despertam tão interesse que me encantam, e esse me encantou sem sequer ousar soltar a voz para me fazer conhecê-lo em uma conversa, mas com a simplicidade de cantar melodias para uma multidão. Cantar canções pré-estabelecidas deve ser muito mais fácil, do que responder perguntas de uma futura psicóloga que possui uma vontade imensa de devorar todas as informações, mesmo que essas não cabem ao seu conhecimento, dos que lhe despertam certo encantar.
Chegando a essa altura do texto vou direto ao ponto, confesso que eu gostaria de ter mais informações sobre esse tal, mas em contra partida não me dediquei a esse gosto com a tal importância que talvez me coubesse. Portanto o que eu não pude foi dizer, e também não sei se teria ele um interesse em escutar, o que me fez encantar e o quanto eu desejo a ele tantas coisas. Às vezes seria mais fácil cantar uma música com algumas estrofes de carinho e desejo intenso, talvez assim ele compreendesse melhor o meu desejar, mas não o cantor da história é ele e não eu. Já que eu não possuo habilidades de manipular nenhum instrumento e nem de encantar com aquela voz suave, confesso que sou mais apta aos carinhos e segredos de liquidificador e isso me soa mais original, deixo então o meu toque, o carinho, e o desejo de que você cada vez que cantar e encantar os outros, possa então se transparecer e se lavar de todas as coisas doloridas que a vida insiste em nos dar, e que assim você se descubra a cada instante, que tenha capacidade de aguçar os outros e o convide-os para te descobrir, e que essa vontade se iguale a sua busca, e por fim desejo que você seja capaz de se abrir com cada vez menos medo, para então poder mostrar aos outros a beleza encantadora que você é.

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