O Vestido

Bom conheço ele há uns seis ou sete anos, era um amigo "faz tudo" aquele que gosta de agradar as pessoas que estão em sua volta não somente a mim mas, todos. Após um término com " a última coca-cola do deserto" me encontro com esse tal "amigada" ( amigo+pegada), primeiramente não sei definir se a nossa conversa de bêbados planejando três ou cinco filhos era resultado de uma carência ou de um grau alcoólico não mensurável.Para ficar bem claro nesse dia ele ainda era chamado de "amigo" por mim, após esse papo de filhos combinamos de ir visitar uma pessoa conhecida em comum, então chega o grande dia.

Quando saio sempre experimento milhões de roupas até escolher aquela que esconde melhor as gordurinhas localizadas, e quando me deparei pensei, como trocar de roupa tem haver com a minha vida amorosa, é como se eu fosse trocando de pessoas para esconder algo ali que encomoda e pode às vezes até ser escondida porque talvez o outro não vê devido aos disfarces presentes mas eu certamente sei que ainda tem uma coisinha que não se define mas encomoda.
Voltando ao assunto do "amigada" depois de me trocar várias vezes pensei também em como eu estava me produzindo para sair com um até então "amigo", alguns pensamentos e desejos loucos começaram a vagar sem concordância nenhuma. Ele então chegou até minha casa conforme combinado.
Chegando a tal casa da pessoa em comum tivemos a brilhante ideia de fazer uma lasanha, entre longos papos no sofá e relatos de histórias já vividas por nós eis que a pessoa em comum diz: " Eu acho que vocês deviam namorar!", e eu então pensei: " Será?", eu como sempre nem beijo na boca e já planejo filho, quer dizer filhos que de acordo com a minha conversa com essa tal pessoa que seria uma opção de "namorado" seriam 3. Foi ai que o silêncio e a vergonha de trocar ohares tanto da minha parte como da dele foi imensa. Acho que nesses 2 min de silêncio me veio um filme de como seria minha vida com ele, um sorriso torto escapuliu após a história sonhada " Será?".
Então após alguns dias de tentavivas mirabolantes de fazer com que ele pelo menos tente um beijo, eis que o dia chega, e ele então passa a ser chamado por mim não de amigo mas de "amigada". No começo a empolgação ficou clara, o desejo também...o beijo há esse é um assunto a ser remanejado aos poucos, sabe aquele beijo que a pessoa parece que vai te sugar e nunca mais deixar você sair do lado dela, então acho que se parece isso. Eu confesso que a empolgação bateu mas hoje eu já não sei é como aquela roupa que você olha diz que aconteceu um amor a primeira vista e não importa o preço você dividiria e assumiria todos os riscos só para ter e usar quando necessário. Acho que hoje é assim que eu quero ele como um vestido preferido, que você guarda e toma cuidado para não estragá-lo, e quando usa se sente a pessoa mais realizada do mundo. Porém o que acontece é que nós mulheres não gostamos de repetir roupas, mesmo sabendo que aquela ali vai cair bem em qualquer estado de espírito ou em qualquer TPM onde nada te agrada, e assim sabemos que não queremos repetir as roupas todos os dias porque um vestido não é como um uniforme e é o uniforme que eu busco mas os vestidos insistem em me seduzir pela vitrine e me enganar pela sensação gostosa de ter.
A partir de hoje ele deixa de ser "amigada" até porque isso soa meio adolescente e bobo demais para a sonhadora aqui, e ele passa a ser o "vestido" e eu confesso que ainda desejo aproveitar ele mais um pouco antes que a moda acabe!

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